quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

ENTREVISTA DO MÊS – “Um Motard, Uma História”

Paulo “Casca” – Presidente dos Motards do Futuro | Fundador da LUSOMOTARDS, o Homem dos Leitões

Nesta edição da rubrica “Um Motard, Uma História”, damos voz a um nome que dispensa apresentações no seio da comunidade motard.
Paulo Pinto Silvano, natural de Paredes do Bairro, Anadia (Bairrada), chegou à Suíça em dezembro de 1993, trazendo consigo a simplicidade, o espírito de união e a paixão pelas duas rodas que ainda hoje o definem.

Conhecido entre amigos como Casca, é um homem acarinhado por motards de várias gerações, presidente dos Motards do Futuro e um dos fundadores da LUSOMOTARDS. Figura respeitada, próxima e verdadeira, construiu o seu percurso com base no companheirismo, na responsabilidade e no verdadeiro espírito motard — aquele que se vive na estrada e se prova nas pessoas.

Nesta entrevista, Paulo “Casca” fala-nos sem filtros sobre liderança, amizade, desafios, estrada, família e as histórias que fazem dele uma referência no meio motard. Uma conversa genuína, onde cada resposta carrega quilómetros, experiências e muito coração.


O Líder e o Homem

Lusomotards (LM) - Quem és tu fora do capacete? Como te descreverias a ti próprio?
Paulo Casca (PC) - Fora do capacete sou a mesma pessoa: alegre, divertida e com uma vida normal, como a maioria.

LM - Lembras-te de quem foram os fundadores da LUSOMOTARDS. Como é liderar os Motards do Futuro?
PC - Sim, lembro-me dos fundadores da LUSOMOTARDS. Bons homens. Era preciso fazer alguma coisa para organizar datas e dar a conhecer novos grupos. Isso acontece tanto a nível geral como dentro de cada grupo, e essa é uma tarefa da direção.

LM - Quando percebeste que tinhas um papel especial dentro da comunidade motard?
PC - Acho que todos temos um papel importante. Alguns são apenas de maior responsabilidade e mais visíveis.


A Liderança na Estrada

LM - O que significa para ti ser presidente de um grupo motard?
PC - Para mim, ser presidente é uma grande responsabilidade, mas com a ajuda de toda a direção tudo se torna mais fácil.

LM - Qual foi o maior desafio que enfrentaste enquanto líder?
PC - Um dos maiores desafios foi sentir o fracasso depois de tanto trabalho e investimento ao tentar organizar o último Rally Luso-Motards e ter apenas sete participantes. Estive quase a desistir, porque nem a própria LUSOMOTARDS reagiu ou tomou medidas, deixando morrer o rally.

LM - Como consegues manter a união e o espírito de família dentro dos grupos?
PC - Para manter a união, o respeito e o espírito de família, temos de ser verdadeiros.


O Carinho do Seio Motard

LM - És uma figura muito acarinhada entre os motards. O que achas que faz as pessoas gostarem tanto de ti?
PC - Uhhaaauuuu… não posso dizer. Tuuu saaabes!

LM - Houve algum momento especial em que sentiste verdadeiramente o apoio da comunidade?
PC - Sim, sem dúvida, num momento muito complicado da minha vida. Foram vários amigos que, por SMS, telefone ou pessoalmente, me deram força e coragem. Um muito obrigado a todos.

LM - Qual foi a maior demonstração de respeito ou amizade que já recebeste?
PC - União, respeito, espírito e amizade em todo o lado. Mas gostei especialmente de chegar à parte francesa e, antes mesmo de parar a trike, já ter uma loira fresquinha encostada à minha cara.


O Homem dos Leitões

LM - Achas que seria uma boa alcunha “O Homem dos Leitões”?
PC - Não, já tenho a alcunha de Casca. Mas para os amigos estou sempre pronto a assar.

LM - Tens alguma história curiosa ligada a essa tradição?
PC - Tinha saudades do leitão da Bairrada, por isso comprei um forno e comecei a assar. Os primeiros saíram um pouco queimados — ainda estava em experiência. O Xavier e o Capela que o digam! Mas agora já saem melhor.

LM - Qual foi o jantar mais memorável que organizaste ou viveste com um grupo?
PC - Todos os jantares correram bem. Gosto de todos os amigos que vieram.


O Motard

LM - Quando começou a tua paixão pelas motos?
PC - Aos 16 anos, com uma motorizada SIS Sachs, a acompanhar os amigos. Comecei a gostar de andar em grupo. Em 2003 comprei uma trike, comecei a sair com motards e percebi que isto era uma família unida para tudo.

LM - Que mota tens atualmente?
PC - Agora tenho uma Boom Trike. Pode mudar a marca ou o modelo, mas será sempre uma trike. Saudades da amarelinha.

LM - Qual é a tua viagem favorita de sempre?
PC - Todas são especiais. Faro é sempre do melhor, mas a mais especial foi ir a Portugal com a minha mulher e o meu filho. Até eles gostaram das estradas e das paisagens.


Histórias, Aventuras e Momentos 

LM - Qual foi a experiência mais marcante na estrada?
PC - Uma saída para o Luxemburgo em que apanhámos chuva durante toda a viagem. Ficou bem marcada… e bem molhada.

LM - Alguma curva te ensinou algo importante?
PC - Não, porque gosto das curvas.

LM - Há alguma história que nunca falta nos encontros?
PC - Sim, muitas gosto sempre de contar acontecimentos e relembrar momentos inesquecíveis. Tenho várias.


O Futuro dos Motards do Futuro

LM - Qual é a tua visão para o grupo?
PC - Enquanto eu estiver por aqui, o grupo Motards do Futuro vai manter-se. E espero que cresça.

LM - O que a comunidade motard deve preservar a todo o custo?
PCA união e o respeito por todos os grupos. O mais importante é manter o espírito motard e criar um ambiente agradável para atrair outros grupos, não só de portugueses.

LM - Que mensagem deixas aos motards mais jovens?
PC - Antes de tudo, dar-lhes as boas-vindas. Que respeitem os mais velhos, tudo o que já foi feito, e que tragam novas ideias para melhorar.


A Última Curva

LM - Em apenas uma frase: o que significa ser motard para ti?
PC - Ser livre e nunca andar sozinho. 

A história de Paulo “Casca” confunde-se com a própria essência do espírito motard: união, respeito, liberdade e presença constante, tanto nos bons momentos como nas curvas mais difíceis da vida. Entre quilómetros percorridos, desafios enfrentados e mesas partilhadas, fica o retrato de um homem simples, verdadeiro e profundamente ligado às pessoas.

Mais do que cargos ou títulos, Paulo deixa uma marca feita de proximidade, compromisso e paixão pela estrada. Uma voz experiente que continua a lembrar que ser motard não é apenas conduzir uma mota — é nunca caminhar sozinho.

Obrigado por partilhares a tua história de forma simples, verdadeira e sem capacete. Pessoas assim constroem grupos, unem motards e mantêm vivo o verdadeiro espírito da estrada.

Entrevistador:
JM

Rubrica “Um Motard, Uma História” – LUSOMOTARDS


6 comentários:

Anónimo disse...

Grande Casca..
Forte abraço

Nuno Vicente disse...

Amigo Casca…
Forte abraço

Anónimo disse...

Grande Casca , abraço

Anónimo disse...

Grande casca grande amigo de muitos anos foi dos primeiros que conheci ja la vao uns 27 anos .
Fui um dos que teve na primeira reuniao.
Em ramahorn aonde se deu a ideia de fazer um site quando apareceu o facebook para se organizar as datas dos inventos fui eu o arnaldo o jorge o nelson faria entre muitos que se juntaram na quela noite .um grande abraco a todos .e boas curvas .

Anónimo disse...

Grande casca um forte abraço , Geneve

Anónimo disse...

Boas curvas 🤘 🍻 💪
Grande abraço.